Através desse blog quero descrever o complexo mundo esportivo abordando todo assunto referente a qualquer esporte. Seja amador ou profissional. Além de noticiar, comentar e registrar.
Em suma, você está lendo um blog que mistura em torno do mundo esportivo: geografia, jornalismo, história e filosofia. Além de curiosidades, comentários e manifestos.
Para quem não acompanha esporte certamente a resposta será "sei lá!" ou "não sei mas espero que bem" e provavelmente para aqueles que se informam além do futebol arrisco em deduzir que a dúvida iria permanecer mesmo assim.
Para quem não acompanha esporte certamente a resposta será "sei lá!" ou "não sei mas espero que bem" e provavelmente para aqueles que se informam além do futebol arrisco em deduzir que a dúvida iria permanecer mesmo assim.
O último título em dezembro de 2013 que sagrou o handebol feminino como campeão do mundial contra a seleção da Sérvia, teve certo destaque midiático como feito heroico mas parou por ai e a velha realidade prossegue tanto para modalidades masculina e feminina. Ao menos no Estado do Rio de Janeiro tanto que o título dessa postagem é referente a frase do Professor Luiz Brazil concedida a reportagem da ESPN Brasil que pode ser assistida abaixo.
Lamentável!
A sede sou eu: a Olímpiada está chegando, e o esporte no Rio de Janeiro, morrendo.
Sinopse:Na semana em que os mascotes das Olimpíadas do Rio-2016 foram apresentados, a reportagem da ESPN encontrou a professora Luiza Brandão e o professor Luis Brazil, que carregam a Federação Carioca de Handebol com os próprios braços, pois o esporte não tem uma sala sequer na cidade para treinar.
Não é novidade o crescimento da audiência brasileira nas partidas da NFL (National Football League) pela ESPN Brasil e do número expressivo de adeptos do Futebol Americano em território brasileiro, logo, não poderia ser distinto em São Gonçalo, cidade da região metropolitana do Estado de Rio de Janeiro.
Vale ressaltar que antes se chamavam São Gonçalo Timberwolves - na tradução ao pé da letra seria algo como Lobos de São Gonçalo (clique aqui - para ler sobre a primeira reunião da equipe)e a mudança de nome foi movido pelo desejo de se ter uma identificação direta com a cidade conforme explicado acima e reiterado abaixo:
O futebol tinha tudo para ser um dos maiores meios de inclusão social mas infelizmente encontra-se o oposto dessa possibilidade por ser um dos meios mais vil e excludente mas paradoxalmente continua apaixonante e cada vez mais com adeptos e seguidores (torcedores) pelo mundo.
O documentário "Fora de Campo" produzido pelo SESCTV mostra essa crua realidade, onde a paixão e sonho de ser jogador de futebol é usada para alimentar o grande negócio que o futebol tornou-se.
Num país marcado pela cultura do futebol, o documentário Fora de Campo lança seu olhar para os jogadores e ex-jogadores da terceira divisão do futebol brasileiro. Ao contrário do sonho de sucesso, esses profissionais têm uma carreira nada glamorosa e ao fim dela se deparam com o desemprego e a falta de perspectiva profissional aos trinta e poucos anos de idade.
O mundo do futebol em "Fora de Campo" não passa no Globo Esporte. Exibido na mostra competitiva de longas nacionais, no festival "É Tudo Verdade", o documentário futebolístico conta histórias de fracassos, desilusões e amarguras de jogadores profissionais. Curiosamente com a mesma duração de 52 minutos, o filme adota a estratégia inversa do celebrado "Argentina e sua Fábrica de Futebol" (Sérgio Iglesias, Argentina, 2007): ao invés de ilustrar a decepção da maioria dos jovens aspirantes a craque, mostra a outra ponta desglamourizada da carreira, a dos jogadores veteranos.
Direta e sem firulas, a câmera passeia por jogos de times obscuros da terceira e quarta divisões, entra em vestiários de estádios longínquos e finalmente nas casas simples de jogadores ainda atuantes e aposentados. Ali, ela encontra chuteiras surradas, rostos melancólicos, nostalgia de glórias que não voltam, bem como a labuta para pagar as contas da família. O eixo narrativo inverte a lógica da superação, em que uma derrota parcial é apenas momento da vitória final. Assim, bem realista, a determinação e o esforço não premiam o protagonista e a vitória parcial culmina na derrota derradeira que encerra o longa, sem catarse, sem superação individual.
"Fora de Campo" mostra que essa realidade é a regra e não a exceção. Aponta que somente 8% dos profissionais jogam na primeira e segunda divisões do Brasileirão. Abaixo dessa elite que aparece na TV, há a espessa base da pirâmide social futebolística, marcada por baixos salários, calotes e desmotivação. E ainda expõe que, mesmo jogadores consagrados em times grandes e no futebol europeu, por vezes terminam pobres e desamparados na aposentadoria.
Limitado a expor o drama individual dos personagens, faltou ao documentário dissecar as causas e razões dessa situação agudamente desigual. Porque todo o enredo do filme é efeito de superfície da estrutura antidemocrática do futebol brasileiro, que concentra tudo em times gigantes e celebridades. Essa organização concentracionária tem raízes históricas e decorre da promiscuidade entre o monopólio de trasmissão televisiva, a cartolagem e as políticas do Ministério de Esportes. Isso, lamentavelmente o filme sequer faz alusão e finaliza com pouco mais de cinqüenta minutos com mais a ser dito sobre o tema.
Um canal que insistentemente busca em mostrar o envolvimento do esporte (principalmente o futebol) com política. Chama-se ESPN Brasil.
Domingo passado, Dilma Rousseff foi reeleita pelos brasileiros para mais quatro anos de mandato, mas qual será o papel da nossa presidenta para o esporte? Que é um tema muito pouco abordado/discutido no âmbito político e social mas que é de vital importância ao nosso país.
De fato, não se há uma resposta a essa questão pois mais uma vez os presidenciáveis praticamente esqueceram o esporte brasileiro em suas respectivas campanhas, mas é sabido que a presidenta Dilma tem intuito de transformar o futebol em indústria, em um setor na economia a fim de atrair turismo, como se acontece na Europa, logicamente seria interessante mas apenas isso, não basta! O esporte brasileiro (não apenas o futebol) tem que ser pensado também como forma de inclusão social e não exclusivamente como negócio pelo governo. Em tempo, lembro uma postagem desse ano do Juca Kfouri, intitulada como:"E o esporte, minhas senhoras?" onde se é questionado o futuro do esporte brasileiro junto ao Governo Federal nos próximos quatro anos.
Vendo atualizações no Facebook nem sempre lemos o que não quero e às vezes nos surpreendemos com coisas que sequer imaginaríamos que existiram. Como é o caso dessa postagem.
Euzebio Santos narrando mais uma partida pela equipe Futrio.
O narrador esportivo, Euzebio Santos publicou em seu perfil, um gol do baixinho Romário em São Gonçalo no Campo do Bandeirantes, em um jogo com fins políticos. Santos contou algumas curiosidades ao EsporteGrafia: "Romário, como sempre atraiu as atenções e lotou as dependências do estádio e marcou dois gols, na vitória de 4x0 sobre um combinado de um político local. Narrei este jogo, foram me buscar no meu trabalho e fiz a partida através de uma Kombi de som ao lado de Edson Marques (radialista), nas reportagens. À cada gol e um repertório de belas jogadas, a galera ia à loucura com o Baixinho, que teve que sair de campo antes do término da partida, num forte esquema de segurança."
Reparem na empolgação do público presente indo comemorar com Romário. Isso apenas atesta a importância que o ídolo no futebol tem na vida das pessoas e não em vão, o baixinho foi eleito outra vez no Rio de Janeiro, agora como Senador assim como outros jogadores de futebol pelo Brasil que cada vez mais vão tentando a vida na política em uma época sem identificação, os ídolos do campo (ou apenas um mero ex-jogador) vem tomando esse lugar.
Isto, sem dúvida é uma questão para ser problematizada pois a imagem dos jogadores estão impregnadas em nosso cotidiano e muitas vezes confundidas como a imagem de um herói, um mito, o salvador. Um singelo exemplo entre tantos outros, podemos ver na imagem ao lado que foi bastante compartilhada nas redes sociais onde o nome do zagueiro David Luiz de uma forma não irônica foi mencionado como um candidato ideal a Presidência da República, eu sei que isso parece tolo mas é um reflexo de uma sociedade sem identificação e crença nos seus (ditos e impostos) representantes políticos, que ainda convive com uma base educacional deficitária e sem senso crítico, lendo muitas vezes notícias via manchetes sem contar os compartilhamentos distorcidos de redes sociais. Não me espantaria um dia ver uma bancada formada apenas por jogadores de futebol, por eles apenas terem sido jogadores e nada mais. E o pior, ver muitos jogadores (não todos, pois como em toda classe, há exceções) aliados a velhos nomes (cânceres) da política.
Enfim, finalizando essa postagem é inevitável não me recordar de uma frase do dramaturgo alemão Bertolt Brecth: "Infeliz a nação que precisa de heróis."
Para assistir a reportagem da equipe do Moinhos de Vento, referente ao primeiro jogo da final entre São Gonçalo FC x Gonçalense FC que fizeram o clássico metropolitano em Saquarema/RJ no dia 21/09.
"O Gonçalense Futebol Clube, que disputa a Série C do Campeonato Carioca, apresentou o projeto de seu estádio. O Catarinão ou Arena Cata-vento fica situado no bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo. A obras foram iniciadas em outubro do ano passado. O desenho mostra um design moderno, que lembra um cata-vento, e a intenção é que o local tenha uma capacidade total de 43 mil pessoas: desbancando São Januário, do Vasco, do posto de terceiro maior estádio do Rio de Janeiro.
A previsão é que o Catarinão seja entregue por completo em 2017. As obras foram divididas por etapas. A primeira deve ser finalizada em junho deste ano e consiste em um estádio para até 5 mil pessoas. A segunda, para 20 mil. A implantação dos traços modernos e dos vestiários de última geração será executada apenas na terceira, conforme o projeto.
Numa área de aproximadamente 200.000 m², está prevista a construção de um campo de tamanho oficial, com padrões da FIFA (105 x 68m), ginásio poliesportivo, campos de gramado sintético e vestiários modernos para equipes e arbitragem.
Até o ano passado, o clube era conhecido como Tanguá Esporte e Cultura e passou a ser Gonçalense depois que o Presidente Joacir Thomaz, que é dono da empresa Macroaction Construtora, o adquiriu".
Para assistir a reportagem da equipe do Moinhos de Vento, referente ao segundo jogo da final entre Gonçalense FC x São Gonçalo FC e fizeram o clássico metropolitano em Mesquita/RJ no dia 28/09.
No Brasil, temos o costume de explicar eventos cotidianos através do futebol, seja por expressões do tipo: "estou na cara do gol" que significa que alguém está próximo em ter êxito em algo, e com essa cultura de futebol que temos (até os não adeptos a esse esporte, não raramente recorrem a esses jargões). Logo não seria diferente para simbolizar e/ou explicar alguma temática, ainda mais através das charges.
Abaixo, segue imagens do cartunista Carlos Latuff(vale a pena ler esse artigo: http://nefutebolesociedade.blogspot.com.br/2013/05/o-futebol-como-tema-e-linguagem-em.html) que utiliza o artifício do futebol e outros esportes, para passar sua mensagem engajada. Atualmente, Latuff vem utilizando o futebol para abordar sobre a covardia, o massacre de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza. Enfim, vejam e reflitam sobre essas charges que dizem (muito) mais que artigos, reportagens, postagens, comentários e etc.
Agora, recorrendo a outro dito, mas extra futebol, realmente, "uma imagem vale mais do que mil palavras".
Por Carlos Latuff.
Essas charges sem dúvidas, deverão compor livros didáticos e provas de concursos públicos, entre outros. Pois além de dizer muito sobre o tema, são incríveis materiais didáticos, como Professor de Geografia me sinto na obrigação de passar as charges como um método de ensino, ainda mais utilizando algo tão próximo da nossa cultura, o futebol.
Em tempo, quero compartilhar outras duas charges do Latuff, a primeira referente ao jogador de futebol palestino Mahmoud Sarsak, acusado e preso pela justiça israelense.
Já a segunda ironiza a inclusão em 2012 da seleção de Israel na UEFA (União das Federações Europeias de Futebol) mostrando claramente a geopolítica implícita recheadas de acordos escusos.
É notório que Israel procura através do futebol (que tem em seu bojo, a "união de todos"), busca em mostrar uma outra imagem.
Atualmente, a FIFA proibiu jogos em Israel por motivos de seguranças, mas não a impediu de jogar os campeonatos europeus.
"Ainda nesta quinta, a entidade anunciou
que, “devido à atual situação de segurança em Israel, nenhum jogo das
competições da Uefa poderá ser disputado naquele país até decisão em
contrário”.
Com isso, os clubes de Israel que estão
classificados para jogar os torneios da Uefa terão que apresentar
propostas alternativas para realizar as suas partidas fora do país.
Israelenses e palestinos estão em conflito por causa das mortes de três jovens israelenses e um palestino."
Um exemplo singelo, sobre a diferença nas transmissões do Brasileirão série A pela Globo e a série C, pela Tv Brasil. Comentários para divulgar programas durante a transmissão.
Globo: "Será que fulano ficará com ciclana? Veja amanhã na novela x das 20h."
Tv Brasil: "Amanhã no brasilianas.org haverá um debate imperdível sobre a intervenção do estado no futebol brasileiro."
Daqui a pouco, às 17h haverá o embate entre as seleções brasileira e alemã, os alemães entrarão em campo com as cores do Flamengo, para tentar trazer mais adeptos e a apoio em campo. Pelas ruas, um dos temas centrais sem duvidas é essa partida e também brincadeiras do tipo: "FlAlemanha" será a campeã no Maracanã como o referido clube da Gávea. Pois bem, o velho clubismo, como sempre, onipresente.
Venho lendo inúmeras manifestações e mais uma, oriunda Facebook me chamou atenção. Mais uma vez do escritor tavernista Rodrigo Santos, mesclando futebol com literatura (clique aqui, para ler a primeira crônica). Uma prática que vem tornando-se cada vez mais rara na grande mídia, cada vez mais pragmática e alimentada por furos de reportagens ou por matérias motivacionais entrevistando torcedores ou familiares dos jogadores e etc. Pois bem, segue abaixo mais um texto do Rodrigo, embora atual, de (in)certa maneira é uma viagem no tempo.
Rodrigo Santos em ação lendo seu conto no evento Futebolendo no Clube Comary em Teresópolis/RJ
A TERCEIRA VÉRTEBRA DO HOMEM DE PALHA Antes de Brasil x Alemanha, 8/7/14, Semifinal da Copa do Mundo
Tudo morre, tudo renasce. A lagarta morre para que nasça a borboleta, a
semente morre para que nasça a planta, o mamute morreu para que
tivéssemos petróleo e... não, peraí, nada a ver essa parada de mamute
(melhor cortar na hora da revisão). O sol morre para renascer no dia
seguinte, em um ciclo infindável de
dinamismo tanatológico e partogênese. O ser humano é o único animal que
tem consciência da própria morte, e, ao observar a natureza, criou
fantasias mirabolantes de permanência individual – não nos basta
virarmos pasto e compostagem, queremos continuar torcendo para o
Flamengo e gostando de estrogonofe sem champignon ad aeternum.
Apegamo-nos tanto a nossas ideias de permanência que criamos gerentes
para controlar essa rotatividade, e demos a eles os mais variados nomes
de deuses. Então oferecíamos a morte a esses deuses, em troca de
benesses e condescendência. Os celtas criavam um imenso homem de palha, e
colocavam dentro dele malfeitores e criminosos (ou algum Amarildo).
Depois, queimavam a palha, assando os pobres coitados lá dentro, em
sacrifício ao deus Taranis, que além de controlar os trovões (a forma
proto-celta é Toranos – que deve ter sido a origem do nome Thor) deu a
roda (opa!) à humanidade. A queima do Homem de Palha acalmava Taranis,
que em troca devia dar boa colheita (nesse tempo, tudo se resumia a
colheitas decentes e fornicações ilegítimas, legitimadas pelo rito).
Matamos também os próprios deuses, para que renasçam (como o sol) mais
fortes, e gerem abundância, prosperidade e escrituras que mandam pobres
coitados interfonarem nas manhãs de domingo para serem enxovalhados
(para, mesma coisa do mamute, cortar na revisão). A morte do deus servia
de égide para crer na permanência, e nos dava confiança para seguir em
frente. Bel, Krishna, Mitra, matamos todos, para que o ciclo desse
reboot, e em torno de seus renascimentos construímos nosso imaginário de
confiança. Um desses deuses mortos uniu um império e todo o mundo
ocidental, e seu símbolo maior conforta e faz crer na vitória, estampado
em camisas, lábaros e pendurado em cordões. Até a sexta-feira
passada éramos um bando. Jogadores de grande valia, vindo de todas as
partes do mundo, vestiriam a amarelinha e se tornariam um time. Mas isso
não aconteceu. Esperávamos que a amálgama de talentos variados formasse
uma equipe imbatível, que a soma das partes fosse maior que o todo,
tudo em vão. Dependemos até aqui de talentos individuais, laivos
criativos e poderes únicos, principalmente da estrela maior de nosso
time. Seus pés ligeiros criaram a plasticidade que tanto nos orgulha e
os gols que tanto nos alegram. E ele se esforçou. Tentou ignorar a
autopromoção em que é imerso desde muito cedo. Criou, armou, assistiu,
marcou. Porém, ainda assim, não éramos um time, continuávamos sendo um
cata-cata de luxo, um conselho de classe de doutores que não formavam um
corpo docente. Carecíamos de mais, precisávamos que a chuva caísse
sobre os gramados das estéreis e impessoais arenas. Precisávamos de um
sacrifício que nos irmanasse em prol de uma causa maior, um lábaro a que
seguir. E veio o sacrifício. Aos 41 minutos do segundo tempo
de uma batalha acirrada, com os ventos da vitória a balançar nossos
moicanos, nosso Homem de Palha é imolado. Covardemente atingido por uma
joelhada nas costas, o deus cai. Suas lágrimas fecundam a terra, e o
novo ciclo se impõe. Não havíamos sido um time porque nada nos
irmanava. O hino coxinha que jorrava das arquibancadas não era
suficiente, a sagrada camisa canarinho era pouco. Precisávamos de um
deus morto, uma imagem a ser estampada no pendão mais alto, a mortalha
de um povo que se destinasse a ser rota na batalha. A queda de nosso
menino herói nos torna mais fortes e cria o lábaro sangrento a ser
empunhado na vanguarda. A mesma joelhada que danificou (temporariamente)
a terceira vértebra de Neymar fez girar o ciclo da colheita novamente, e
como Constantinos delirantes, vimos ali o signo de nossa vitória.
Que venham os alemães, saudáveis e risonhos, com a velha disciplina
tática temperada com o dendê aqui encontrado. Somos agora o time do
Neymar, a aldeia a venerar o seu Homem de Palha queimado. Desfraldado o
pano da terceira vértebra ferida, venceremos com folga, e seguiremos
triunfantes para o embate final no Maracanã, o nó górgio tecido há
séculos pelas Parcas. Marcharemos em colunas assimétricas contra nossos
Hermanos, pois assim como a morte do deus Sol dura apenas uma noite, o
choro de nosso herói nos renova a fé na boa colheita, e na vitória
indiscutível.
E o futebol renascerá em um novo ciclo, sob a égide do Homem de Palha Queimado – e quebrado. Rodrigo Santos é pai do Miguel, marido de Maria Isabel, flamenguista,
professor, corredor de rua e escritor.
Depois da vergonha que os patriotários fizeram vaiando o hino chileno digno de um genuíno Yellow Bloc, agora a bola da vez é procurar um culpado pela lesão do Neymar e pelos problemas do país.
Pois bem, é fato mais do que comprovado que vivemos em um país
preconceituoso assim como os outros e não me refiro apenas a
cor da pele. Também é sabido que todos
temos algum tipo preconceito com alguma coisa mas a diferença é o que fazemos
para combater o mesmo. Esse ódio ao colombiano Zúñiga é apenas um subterfúgio
que as pessoas tem de colocar seu preconceito para fora com a
justificativa que foi o calor do momento entre tantos outros insultos
que vemos em estádio de futebol à conversas informais.
Quantas
vezes torcendo para nossos times ou conversando com amigos vemos
pessoas com piadas contra negros, nordestino, mulheres e etc. Sendo que
quando estão em público/na berlinda tem um discurso politicamente
correto? O futebol proporciona
essa esfera onde tudo é permitido, é onde supostamente você pode descarregar
seus demônios, assim como as redes sociais, ainda mais acrescida da
paixão gerada pelo futebol, onde a necessidade de comentar impera assim como a ânsia de demonstrar que
está revoltado, assim expondo seus preconceitos enraizados de uma sociedade preconceituosa e hipócrita que faz questão de dizer que não há preconceitos porque nós brasileiros, somos miscigenados e em outrora "éramos todos macacos".
Desde sexta-feira (04/07) estou escutando e lendo inúmeros comentários a meu ver imbecis de tão extremistas, de pessoas cegas esboçando pseudo sentimentalismo forçado à algumas contra ao Neymar desejando que ele morra, que vá se tratar no SUS e que a mídia brasileira (o que é verdade) fala mais sobre isso a queda do viaduto em Belo Horizonteeu quero
saber até agora o que uma coisa tem a ver com a outra, não seria melhor
ignorar? Não dá ibope? Respeitando a vida e a dor de outro ser humano, ao invés de querer justificar a lesão de um
jogador aos problemas crônicos do país? Claro que vale lembrar o que a mídia faz como sempre manipulando informações, mas e ai? Por que não fazemos diferente como compartilhando à exaustão
notícias que foram "esquecidas" pela mídia? Como o caso dos professores no município do Rio de Janeiro que fizeram greve e não receberam seu salário integral? Creio que seja melhor do que disseminar o ódio por um tema que não irá mudar em nada nossas vidas. Ao contrário, continuará gerando mais deturpações e ódio por nada.
Já o caso Zúñiga, este virou o vilão do Brasil, ouvi pessoas dizendo que ele deveria ser linchado pelo povo brasileiro além de ofensas e um linchamento moral não apenas nas redes sociais mas na mídia mesmo nem preciso dizer que isso evoca mas o ódio, a tal ponto que acaba provando ainda mais a cara do Brasil, um país do preconceito onde ainda
insistem em dizer que aqui, é um país de todos, só se for de todos os
preconceituosos. Visto que nem a filha do Zúñiga foi poupada, leia, e pasmem com os comentários abaixo.
Sem comentários de tão LAMENTÁVEL!
Sobre o que penso da jogada do Zúñiga? Não vi a intenção de lesionar o Neymar mas sim, um tranco para parar a jogada ou para derrubar o jogador mesmo, ânimos exaltados, quem joga bola sabe o que é isso. Sim, acho que seria justo uma punição esportiva a ele, mas só isso, nada de marginalizá-lo, ele não é marginal, talvez seja, quem o criminaliza juntamente com seu asqueroso preconceito.
Hoje é aniversário de um dos ícones do cinema e da cultura pop, Sylvester Michael Sylvester Gardenzio Stallone ou simplesmente Rocky Balboa, Rambo, Cobra, Lincoln Hawk, entre tantos outros personagens. Além de sua importância devido a seus serviços prestados a sétima arte, é inegável não reconhecer a importância que Stallone aos esportes, os popularizando através de seu "cinema esportivo" onde inúmeras tramas tem como fundo o mundo complexo dos esportes, além disso, através do esporte, o aniversariante de hoje, também deixou claro, suas preferências políticas.
Como foi no caso de "Rocky IV" (1985) no auge da "Guerra Fria" entre Estados Unidos da América e União das Repúblicas Socialistas Soviética, o personagem principal Rocky, lutará imbuído por uma revanche pois seu amigo Apolo Creed (Carl Weathers) morre após uma luta com o soviético Ivan Drago (Dolph Lundgren) em solo estadunidense e em defesa da honra de Creed, Balboa aceita lutar na URSS.
O filme faz questão de mostrar os soviéticos como vilões, injustos, aversos a democracia e trapaceiros - lembro aqui, de uma cena onde aparece Drago treinando numa excelente academia e se drogando, para tornar-se uma máquina, enquanto o yankee Rocky treina por meios rústicos. Como todos já sabem ou devem imaginar, Rocky vence o soviético em uma luta sangrenta (usando o calção com as cores da bandeira dos USA que pertencia o Apolo), em seguida faz um discurso de conciliação entre os povos (em inglês) em pleno solo soviético e é aplaudido. Ou seja, vemos algo bem típico da política estadunidense em sua massificação ideológica por meio de aparatos culturais. No filme também vemos pontos da cultura de consumo dos EUA, enquanto na URSS apenas neve, e treinos do Balboa em uma visão bastante estereotipada.
Ivan Drago (Lundgren) Vs Rocky Balboa (Stallone) em plena "Guerra Fria"
Weathers e Stallone em Rocky I (1976)
Vale ressaltar que o personagem Rocky Balboa além de político foi de suma importância para a história do boxe, ajudando-o a ser melhor aceito pela sociedade, problematizando além da disputa a vida que os pugilistas levavam para chegar ao topo, vimos o boxe além de um esporte, mas sim, uma esperança para muitos em ter uma chance de ascender socialmente que lhes foram negada pelo sistema e preconceitos - visto que a maioria dos lutadores nos EUA são negros ou imigrantes pobres. O próprio Balboa tinha ascendência genovesa e era apenas um lutador mediano e sua chance vem através de Creed, um negro estadunidense egocêntrico e principal lutador do país que quis fazer um evento de auto promoção, uma luta no dia da independência: 04 de julho, para mostrar a América - como a terra das oportunidades, sendo assim. A luta seria contra um lutador desconhecido e Balboa foi escolhido por ser mais próximo de um genovês como Cristóvão Colombo, o "descobridor da América" assim a luta seria entre um estadunidense negro, que deu a volta por cima, em uma terra das oportunidades e supostamente sem preconceitos contra simbolicamente seu colonizador. Assim podemos perceber que até no cinema o esporte é usado como confronto ideológico e simbólico entre os países
.
Ainda no mundo do boxe, Stallone passa a ser confundido como Rocky Balboa, sendo que este, passa a ser no imaginário do senso comum, o alter ego de Sylvester Stallone e a mídia também percebe isso. Tanto que o convida para apresentar ao lado do ex-pugilista Sugar Ray Leonard um reality show chamado "The Contender" (2005 - 2008) onde o objetivo era encontrar o melhor lutador - esse reality show chegou a ser exibido no Brasil pela Redetv! Seria uma espécie de "The Ultimate Fighter". Em 2013 em "Grudge Match" ("Ajuste de Contas"). Stallone volta ao ringue mas agora seu oponente é o "Touro Indomável" Robert De Niro. O filme é sobre um duelo entre ex-lutadores que não ocorreu no passado e depois de anos a oportunidade surgiu, logo em uma época onde o boxe não tem tanto glamour como em outrora. O filme também aborda essa "rivalidade" entre Boxe x UFC abaixo segue um vídeo que demonstra isso, com participação ilustre de Chael Sonnen.
Stallone em ação como Lincoln Hawk.
O boxe foi o principal esporte abordado por Sylvester Stallone contudo
não foi o único. Há outros personagens como o clássico caminhoneiro
Lincoln Hawk onde sua modalidade esportiva além de seu ofício no
caminhão era o "Braço de Ferro", uma competição que existe na vida real,
inclusive no Brasil,
todavia pouco difundida e comentada como outros esportes e assim
Stallone através de seu "cinema esportivo" nos abre uma outra visão de
esporte no filme "Over The Top" ("Falcão - O Campeão dos Campeões") de 1987.
Stallone também já ajudou a promover o esporte radical, o montanhismo em "Cliffhanger" (1993) o filme obteve uma ótima repercussão ao ponto de tornar-se um jogo de vídeo game na época para o console da Nitendo o Super Nintendo Entertainment System.
Além do montanhismo passou pelo automobilimo foi piloto de Fórmula Indy em "Driven" (2001). Nesse caso, eu sustento a opinião que Stallone esteve mais como convidado do que engajado, porque a Fórmula Indy já é bem consolidada nos Estados Unidos e em várias partes do mundo, e esse filme tem um cunho bastante promocional.
E quem disse que estadunidense nunca gostou de futebol (soccer)? Nessa
foto abaixo, Stallone ostenta o time do qual é torcedor. Everton da
Inglaterra.
Stallone: Torcedor do Everton da Inglaterra.
E não só isso, ele também já foi goleiro nos cinemas participando do filme: "Escape to Victory" ("Fuga para Vitória") de 1981 que contou até com a participação de Pelé, interpretando um jogador de Trinidad e Tobago. Nesse filme Stallone fazia parte do time dos aliados que estavam preso dentro de um campo de prisão nazista durante a Segunda Guerra Mundial na Alemanha, entre esses presos há um major que no passado tinha sido um craque alemão nos gramados e que tem a ideia de realizar uma partida entre a seleção do seu país contra a dos prisioneiros aliados. A partida é aceita pois um dos meios de propaganda nazista em demonstrar a sua supremacia era através esporte.
Enfim, eis Sylvester Stallone, o "Esportista do Cinema" através da ficção nos propiciou emoção, nos mostrou o bastidor de inúmeras modalidades esportivas além de usar o esporte como ferramenta de fazer política da qual é partidária. Pois bem, apesar dos pesares, seu saldo é positivo. Então, Parabéns (duas vezes) Stallone.