quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Reflexão política e Bertolt Brecht: Em 2011, Romário marca gols em São Gonçalo/RJ

Vendo atualizações no Facebook nem sempre lemos o que não quero e às vezes nos surpreendemos com coisas que sequer imaginaríamos que existiram. Como é o caso dessa postagem. 

Euzebio Santos narrando mais uma partida pela equipe Futrio.
O narrador esportivo, Euzebio Santos publicou em seu perfil, um gol do baixinho Romário em São Gonçalo no Campo do Bandeirantes, em um jogo com fins políticos. Santos contou algumas curiosidades ao EsporteGrafia: "Romário, como sempre atraiu as atenções e lotou as dependências do estádio e marcou dois gols, na vitória de 4x0 sobre um combinado de um político local. Narrei este jogo, foram me buscar no meu trabalho e fiz a partida através de uma Kombi de som ao lado de Edson Marques (radialista), nas reportagens. À cada gol e um repertório de belas jogadas, a galera ia à loucura com o Baixinho, que teve que sair de campo antes do término da partida, num forte esquema de segurança."

Reparem na empolgação do público presente indo comemorar com Romário. Isso apenas atesta a importância que o ídolo no futebol tem na vida das pessoas e não em vão, o baixinho foi eleito outra vez no Rio de Janeiro, agora como Senador assim como outros jogadores de futebol pelo Brasil que cada vez mais vão tentando a vida na política em uma época sem identificação, os ídolos do campo (ou apenas um mero ex-jogador) vem tomando esse lugar. 

Fonte: http://jenios.naosalvo.com.br/david-luiz-para-presidente/
Isto, sem dúvida é uma questão para ser problematizada pois a imagem dos jogadores estão impregnadas em nosso cotidiano e muitas vezes confundidas como a imagem de um herói, um mito, o salvador. Um singelo exemplo entre tantos outros, podemos ver na imagem ao lado que foi bastante compartilhada nas redes sociais onde o nome do zagueiro David Luiz de uma forma não irônica foi mencionado como um candidato ideal a Presidência da República, eu sei que isso parece tolo mas é um reflexo de uma sociedade sem identificação e crença  nos seus (ditos e impostos) representantes políticos, que ainda convive com uma base educacional deficitária e sem senso crítico, lendo muitas vezes notícias via manchetes sem contar os compartilhamentos distorcidos de redes sociais. Não me espantaria um dia ver uma bancada formada apenas por jogadores de futebol, por eles apenas terem sido jogadores e nada mais. E o pior, ver muitos jogadores (não todos, pois como em toda classe, há exceções) aliados a velhos nomes (cânceres) da política.

Enfim, finalizando essa postagem é inevitável não me recordar de uma frase do dramaturgo alemão Bertolt Brecth:  "Infeliz a nação que precisa de heróis."


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