Hoje a seleção de futebol feminino australiana conhecida também como 'Matildas' eliminaram a seleção brasileira nas oitavas de final da Copa do Mundo de futebol feminino realizada no Canadá.
Conforme o gráfico (ao lado) disponibilizado pela equipe responsável pelos dados estatísticos de cada jogo das australianas, podemos a primeira vista observar que as brasileiras foram melhores, todavia, deve-se frisar que os números nem sempre são fiéis e tampouco mostram desempenho com precisão de uma partida de futebol e claro, os dados estatísticos também nos enganam.
O primeiro tempo foi pegado com muitas divididas onde ambos os times chegaram pouco ao gol porém, a Austrália sem dúvidas foi mais eficiente, deixando o Brasil jogar a base de passes errados e chutões, as Matildas por sua vez optaram por jogar de forma mais conservadora contudo, quase balançando a rede verde e amarela.
Depois do intervalo, as brasileiras comandada pelo experiente técnico Vadão, voltaram impondo seu ritmo de jogo, tabelando e jogando de forma mais compactada e com muito mais possibilidades de gols, embora, pecando nas jogadas individuais que facilmente eram desarmadas por suas adversárias que mantiveram a mesma postura do primeiro tempo, defendendo e jogando no erro brasileiro, como o futebol também é um esporte tático que exige estratégia além de volume de jogo, não deu outra, após uma jogada de contra-ataque e um chute forte pela diagonal, a arqueira Luciana cometeu um erro grave! Dando rebote dentro da área, e daí, o gol das australianas surgiu quase no fim da segunda etapa (aos 35 minutos).
Marta marcada pelas matildas Stephanie Catley e Tameka Butt |
A nossa melhor jogadora, Marta, hoje, jogou abaixo do esperado provavelmente por algum problema físico pois esteve presente em campo com uma bandagem no joelho, enfim, mesmo se ela estivesse em um dia inspirado, uma andorinha só, não faz verão, ou seja, apenas uma canária não traz classificação, ela, muito bem marcada tentava resolver sozinha mas sem conseguir jogar e conforme o tempo ia passando a seleção ia desesperando até se enrolar em suas tentativas em busca do gol de empate e mesmo com aquela clássica pressão no fim da partida de quem está atrás do resultado, as Matildas friamente dominava a bola e saia jogando, sem chutões, como estivessem ainda jogando o primeiro tempo.
Cristiane marcando Alanna Kennedy |
A lição que fica é notória: a seleção feminina precisa de uma renovação, mas, com qual base brasileira? Uma vez que essa modalidade feminina no Brasil não tem a mesma preocupação (ou equivalente) que o masculino, onde os campeonatos são escassos, não há incentivo da CBF e tampouco dos clubes, aqui, as meninas que querem ser profissionais e se estabilizarem tem que buscar o seu começo no exterior.
Certamente, isso implica no desempenho da seleção feminina em competições internacionais promovidas pela FIFA, embora, devamos destacar o esforço e o sacrifício dessas mulheres que lutam/jogam mesmo sendo relegadas a segundo plano. Após o apito final não teve como não lembrar-me de uma fala dita pela centroavante Cristiane em entrevista concedida ao portal Globoesporte.com em 2012 (clique aqui e leia):
- A renovação é muito importante. Seria a salvação. Mas as meninas do Sub20, por exemplo, não conseguiram seguir no Mundial. Só talento não basta. É preciso profissionalizar o futebol feminino brasileiro. Logo, logo vamos ter que começar do zero de novo em um trabalho a longo prazo.
Nessa matéria, a atacante afirma categoricamente que o futebol feminino está regredindo no "país do futebol", afirmação da qual, infelizmente é impossível discordar.
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