domingo, 17 de maio de 2015

Contra o meu time...

Hoje fiz mais uma cobertura do Gonçalense Futebol Clube na série b do Campeonato Carioca com meu coletivo audiovisual Moinhos de Vento porque temos como projeto cobrir todos os jogos dessa agremiação de São Gonçalo em busca do tão sonhado acesso a elite do Estadual do Rio de Janeiro, sendo assim, temos como meta: registrar a adesão da torcida por sentir-se identificada com o clube que tem apenas um ano e já conseguiu conquistar no ano passado a terceira divisão e no turno passado da segundona desse ano, ter feito frente a clubes considerados favoritos como o clássico America (vencendo pelo placar mínimo de 1x0), com esse pretexto, aproveitamos para dá voz aos torcedores e jogadores dos clubes adversários com intuito de termos um material histórico-sociológico-geográfico, mas isso é um outro papo para uma outra postagem, pois nesta, irei ser breve.

Há pouco, o tricolor metropolitano mais uma vez não conseguiu vencer (em três rodadas até então, apenas somou dois pontos: derrota na estreia contra a Portuguesa da Ilha do Governador por 3x2, e dois empates, o primeiro contra o Ceres em um, e horas atrás contra o São João da Barra em zero, com direito a pênalti adversário desperdiçado), então, já na minha casa, de banho tomado, separando as imagens e áudios para a próxima edição do Moinhos Expresso - A Notícia Que Pede Passagem, me deparo no Facebook com um breve texto do poeta flamenguista e gonçalense (nascido na cidade e torcedor pelo clube da mesma) Rodrigo Santos que relata a saga do torcedor que em seu mundo paralelo, tudo, mas tudo, sem exceção é contra o seu time, segue o breve escrito abaixo:

Porque torcer é irracional e arrebatador.

JOGO CONTRA

Contra o meu time todo juiz tem má vontade. Contra meu time até a umidade relativa do ar atrapalha. Contra meu time estão todos – que são muitos – que não torcem por ele, e ficam secando pra gente errar até lateral. Contra meu time a mulher do juiz dormiu de calça, a mãe dele fez plantão na zona pra pagar a faculdade de educação física dele e o pai batia com tamanco de madeira. Contra meu time a bola está vazia, o gramado é um buraco só e o sol bate na cara do goleiro. Contra meu time a bola não entra por capricho, o gol fica menor e o goleiro adversário recebeu a bênção do Papa, do pastor e do pai de santo minutos antes de entrar em campo. Contra meu time o bandeira é cego, o gandula é manco e o maqueiro é surdo.
A favor do meu time, só eu. Eu, minha camisa surrada, minha bandeira manchada de chuvas pregressas e marcas de mordida. E vamos ganhar.


O goleiro Julio do Gonçalense tirando uma das pipas (cafifas) de campo.
Após ler e curtir a atualização de status do poeta gonçalense, lembrei-me da tarde de domingo que passei lá no Estádio Proletário Guilherme da Silveira popularmente conhecido como Estádio de Moça Bonita, do Bangu que fica situado no bairro homônimo, no subúrbio carioca - onde o Gonçalense fazia seu torcedor sofrer e reclamar tal como o texto de Santos sugere e ainda acrescento, até, pipas (ou cafifas como se chama em São Gonçalo) caíram na reta final da segunda etapa, aumentando ainda mais a agonia dos jogadores tricolores e do público presente.

O volante Índio caindo da maca junto com um dos maqueiros que o carregava
Somado a isso, o volante Índio do São João da Barra estava fazendo aquela velha catimba no gramado, valorizando a falta, logo, entram dois maqueiros dispostos a tirá-los de campo rapidamente mas com tanta pressa para economizar o máximo de segundos da partida, um dos maqueiros cai com o jogador do SJB sobre a maca, logo, gastam mais alguns segundos que não fariam tanta falta analisando friamente mas para quem torce? Tudo está contra seu time e é por isso que o futebol é apaixonante.


Segue abaixo a reportagem do dia.


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